Ela é uma menina feita de flor:
Carrega as folhas na cabeça;
O perfume nos punhos,
As pétalas na pele,
E os espinhos no coração.
Cheiro em verso
Meu cheiro nunca foi suficente.
Talvez por não senti-lo,
Sempre quis um pouco mais.
Começei uma procura minuciosa de mão em mão,
Larguei-me nos delírios que cada essência,
E entre uma nuca e outra,
Todas me deram nauséas.
Tornei-me especialista na área.
Em dois tempos decifrava os cheiros,
E mesmo assim, nada completava.
Até que vi um vulto,
Que por não parecer humano,
Acolheu em mim a esperança do novo,
E corri loucamente à sua procura.
Foram dias de luta,
Até que paramos na porta do céu,
Um lugar feito de água, algodão-doce e você.
E quando você virou, e o vento bateu na sua face,
O seu perfume se misturou de imediato com o meu,
E descobri naquele momento, ter perdido em você,
A essência que me faltava.
Talvez por não senti-lo,
Sempre quis um pouco mais.
Começei uma procura minuciosa de mão em mão,
Larguei-me nos delírios que cada essência,
E entre uma nuca e outra,
Todas me deram nauséas.
Tornei-me especialista na área.
Em dois tempos decifrava os cheiros,
E mesmo assim, nada completava.
Até que vi um vulto,
Que por não parecer humano,
Acolheu em mim a esperança do novo,
E corri loucamente à sua procura.
Foram dias de luta,
Até que paramos na porta do céu,
Um lugar feito de água, algodão-doce e você.
E quando você virou, e o vento bateu na sua face,
O seu perfume se misturou de imediato com o meu,
E descobri naquele momento, ter perdido em você,
A essência que me faltava.
O dia que meu avô se foi...
E agora, vô?
As ruas do Brás já não serão as mesmas sem você.
Toda São Paulo comovente virou um grande vulto,
E nesse conglomerado tá tudo vazio, cá dentro.
Vô, por quê?
A gente fez um acordo, não lembra?
Meus desenhos em teus tecidos,
Era pra virar "grife chick de gringo",
Era a nossa sociedade, vô!
Vô, por que eu só te conheci aos 12?
Foi pouco tempo pra nós dois...
Por que você comia tanto doce escondido?!
Era eu a responsável pela tua insulina! Falhei, vô.
Vô, em seis anos você meu deu tantos presentes,
E eu só te paguei dois pastéis no mercado central.
Por quê?
Primeiro você disse que eu ia ser atriz,
Depois você disse que eu seria apresentadora de TV,
E agora, vô? O que eu vou ser sem você?
Dentro desta caixa que te colocaram,
Tu te despedes sem poder ver todo esse concreto que tanto quisestes,
Então te digo aquelas primeiras, e agora, últimas palavras:
"O céu de São Paulo continua cinza, vô"
Mas nesse véu de desdém, agora sou eu quem chove.
As ruas do Brás já não serão as mesmas sem você.
Toda São Paulo comovente virou um grande vulto,
E nesse conglomerado tá tudo vazio, cá dentro.
Vô, por quê?
A gente fez um acordo, não lembra?
Meus desenhos em teus tecidos,
Era pra virar "grife chick de gringo",
Era a nossa sociedade, vô!
Vô, por que eu só te conheci aos 12?
Foi pouco tempo pra nós dois...
Por que você comia tanto doce escondido?!
Era eu a responsável pela tua insulina! Falhei, vô.
Vô, em seis anos você meu deu tantos presentes,
E eu só te paguei dois pastéis no mercado central.
Por quê?
Primeiro você disse que eu ia ser atriz,
Depois você disse que eu seria apresentadora de TV,
E agora, vô? O que eu vou ser sem você?
Dentro desta caixa que te colocaram,
Tu te despedes sem poder ver todo esse concreto que tanto quisestes,
Então te digo aquelas primeiras, e agora, últimas palavras:
"O céu de São Paulo continua cinza, vô"
Mas nesse véu de desdém, agora sou eu quem chove.
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